v. 38 (2021): Paulo Freire en su centenario: Compromiso, ética y esperanza
Miscelánea

Reflexões acerca dos principais alicerces da «Escola sem Partido»

Michelle Fuchs
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Alboni Marisa Dudeque Pianovski Vieira
Pontifícia Universidade Católica do Paraná
Biografia
Portada TP38
Publicado julho 28, 2021

Palavras-chave:

“Escola sem Partido”, Neutralidade, Doutrinação política e ideológica.
Como Citar
Fuchs, M., & Dudeque Pianovski Vieira, A. M. (2021). Reflexões acerca dos principais alicerces da «Escola sem Partido». Tendencias Pedagógicas, 38, 124–136. https://doi.org/10.15366/tp2021.38.011

Resumo

No Brasil, o movimento ou programa «Escola sem Partido» (EsP), surgido em 2004, sustenta um forte combate à «doutrinação ideológica» que julga ocorrer nas escolas e defende a neutralidade no ensino, a pretexto de salvaguardar os educandos e suas famílias. Este artigo teve por objetivo refletir sobre os pontos estruturais do movimento EsP, quais sejam a visão do aluno como uma tábula rasa a ser preenchida pelos conhecimentos; o ensino pautado pela neutralidade, sem manifestações de cunho político, moral, ideológico ou religioso; a existência de uma verdade única, científica e objetiva; e a restrição à autonomia dos professores e à liberdade de cátedra, na tentativa de proteger os discentes de uma possível doutrinação. A pesquisa tem caráter bibliográfico e documental. Foram consultados documentos do movimento EsP e decisões de tribunais. Como resultado, percebe-se que o movimento EsP se confronta com as demandas da sociedade por justiça social e equidade, por liberdade de ensinar e de aprender, como também pelo direito à educação. No Brasil, no entanto, a liberdade de expressão, a pluralidade de ideias, o respeito à liberdade de ensinar do professor, foram garantidos nas decisões do Supremo Tribunal Federal. Uma sociedade plural, mais justa e tolerante, fundada no respeito aos direitos do ser humano é que se almeja.

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