Vol. 9 Núm. 4 (2011): Educación para la Justicia Social
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Educação e Epistemologías. O Contributo do Orçamento Participativo na (des) Construção do Conhecimento-Emancipação

Publicado 29 mayo 2016

Palabras clave:

Orçamento Participativo, Educação na Cidadania, Epistemologias do Sul, Literacia Multicultural, Conhecimento-emancipação
Cómo citar
Silva Fraga, N. (2016). Educação e Epistemologías. O Contributo do Orçamento Participativo na (des) Construção do Conhecimento-Emancipação. REICE. Revista Iberoamericana Sobre Calidad, Eficacia Y Cambio En Educación, 9(4). https://doi.org/10.15366/reice2011.9.4.007

Resumen

Assumimos o Orçamento Participativo (OP) como uma estratégia da cidade que educa na cidadania em prol de práticas que consubstanciam uma acção democrática participativa. Consequentemente, mostrámos como o OP tem alicerçado práticas sociais que permeando a participação do cidadão e da cidadã na governança local, demonstraram não só a sua plasticidade nos processos de inclusão de visões e valores diferentes para a (des)construção social e cultural da cidade, como também tem-se desvelado como um mecanismo que, não só para o poder autárquico, como para o cidadão comum, tem permitido obter outras leituras do mundo. Outros entendimentos e hermenêuticas que despoletam outros conhecimentos, outras vias alternativas de inclusão, que se apresentam, pelo sucesso e difusão das práticas, como conhecimento-emancipação. O OP apresenta-se como um mecanismo, que para a governança da cidade age em prol da justiça social.

A proximidade que se estabelece entre o Executivo da cidade e o cidadão e a cidadã, que nela habitam, geram processos dialógicos fortíssimos cujo desencadeamento de negociações apela à competência cultural da cidade, ao saber ser intercultural dos cidadãos.

Num momento da história das sociedades em que a dicotomia entre o global e local agudiza-se, pelo crescente esbatimento das fronteiras geográficas, sociais e culturais, o OP apresenta-se como um movimento social gerador de um arcaboiço epistémico, ecologicamente (des)construído, que permitindo a humanização do oprimido, mostra-se essencial à investigação. Pela relação dialógica que institui, bem como pelos processos de negociação com os quais confronta-se, o OP apresenta-se-nos como um movimento que pedagogiza na cidade uma educação na cidadania.

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Citas

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