A formação de professores na Pedagogia de Rui Barbosa: análise das questões educacionais na transição entre o Império e a República Brasileira
Palavras-chave:
formação de docentes, pedagogia, ensino primário, ensino secundário, ensino superiorDireitos de Autor (c) 2022 Alexandre Shigunov Neto, Maria Cristina Monteiro Pereira de Carvalho, Solange Franci Raimundo Yaegashi
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Resumo
A presente pesquisa, de cunho bibliográfico e documental, teve como objetivo compreender como a formação de professores é discutida por Rui Barbosa, em seus pareceres e projetos. Para tanto, buscou-se contextualizar o momento histórico vivenciado por Rui Barbosa (1849-1923), o qual foi marcado por transformações ocorridas no período final da monarquia (1822-1889) e início do regime republicano no Brasil. Discutiu-se, em especial, a Reforma Carlos Leôncio de Carvalho implementada por meio do Decreto nº 7.247, de 19 de abril de 1879, que propôs reformas para o ensino primário e secundário no município da Corte e ensino superior no Império. Verificou-se que o Decreto nº 7.247 trata-se de documento relevante que expressa aspirações de modificar a estrutura do ensino num contexto de efervescência social, no qual estavam acontecendo intensas mudanças nos âmbitos político, econômico e cultural. Pode-se afirmar que nos pareceres de Rui Barbosa fica explícita a ideia de que o Estado deve ser o responsável pela oferta da educação, desde os anos iniciais até o ensino superior. Como forma de garantir o acesso universal à educação, o jurista postulou a obrigatoriedade, a gratuidade e a laicidade do ensino. Ademais, Rui Barbosa defendeu, de modo enfático, que, concomitante à reforma dos métodos de ensino, era necessário empreender uma reforma na formação de professores. Para este grupo profissional, propôs cursos com duração de quatro anos e frequência obrigatória, além do conhecimento de língua estrangeira.
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