O espaço de resistência na universidade pública brasileira ocupado pelo indígena: uma aprendizagem docente
Palavras-chave:
Indígena, ensino público, formação de professores, resistência indígenaEste trabalho encontra-se publicado com a Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0.
Resumo
No âmbito da pesquisa-ação (Tripp, 2005) e nos conceitos de ocupação (Ferreira, 2019), desobediência civil (Saviani, 2017) e resistência indígena (Cappellari, 2022), apresenta-se o relato de experiência de uma professora formadora de pedagogos indígenas Laklãnõ/Xokleng em uma Instituição Federal de Ensino Superior no interior do estado de Santa Catarina, entre 2018 e 2023, de modo a problematizar as relações socias deste espaço de cultura erudita, majoritariamente eurocêntrica, na formação de sujeitos, cujo objetivo maior é qualificação para atuar em suas comunidades, escolas e centros culturais indígenas e ao passo de sua resistência em ocupa-los. Conclui-se que o trabalho intercultural é importante para ampliação de visões de mundo (Freire, 1989) e que ações coletivas têm mais força do que trabalhos pedagógicos individualizados.
Downloads
Referências
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) (2023). Comitê Nacional da Vida e Memória Indígenas. Dados Covid-19.
Bento, K. L., Theis, I. M. e Oliveira, L. B. (2018). Educação escolar indígena como possibilidade para romper processos de invisibilização. Revista Tecnologia e Sociedade, Curitiba, 14(31), 1-15.
Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil (1988).
Buffa, E. e Almeida Pinto, G. (2016). O território da Universidade Brasileira: o modelo de campus. Revista Brasileira de Educação, 21(67), 809-831.
Conselho Indigenista Missionário (Cimi) (2021). Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil.
Conselho Indigenista Missionário (Cimi) (2023). Há 106 anos, pacificação Xokleng serviu como armadilha para violência e esbulho territorial.
Cappellari, J. A. (2022). (Re)existência como resistência: a literatura de Eliane
Dunck-Cintra, E. M., Barretos, E. A. e Nazário, M. L. (2016). Diversidade étnica e cultural indígena brasileira: discussões importantes no contexto da educação básica da escola não-indígena. Em E. M. Dunck-Cintra, E. A. Barretos e M. L. Nazário (Orgs.), Diversidade cultural indígena brasileira e reflexões no contexto da educação (pp. 125-145). Espaço Acadêmico.
Ferreira, A. R. (2019). Os limites do reconhecimento do ocupante como sujeito da política fundiária: uma reflexão sobre os corpos que não importam. Em F. Chiarello, L. R. G. M. Pires (Orgs.), Novos paradigmas da regularização fundiária urbana (pp. 99-114). Almedina.
Freire, P. (1989). A Importância Do Ato De Ler (32ª Edição). Cortez.
Gonzalez, L. A categoria político-cultural de amefricanidade (1988). Tempo Brasileiro, 92/93, 69-82.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) (2020). Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, 2022.
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) (2020). Sinopse Estatística da Educação Básica, 2020.
Kopenawa Yanomani, D. e Albert, B. (2015). A queda do Céu. Companhia das Letras.
Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. (2012). Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República.
Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. (2012). Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências. Brasília: Presidência da República.
Melià, B. (2018). Educação indígena na escola. Caderno CEDES, 19 (49), 11-17.
Potiguara e Márcia Wayna Kambeba (2022). Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina.
Projeto de Lei nº 2903 (2023). Regulamenta o art. 231 da Constituição Federal, para dispor sobre o reconhecimento, a demarcação, o uso e a gestão de terras indígenas; e altera as Leis nºs 11.460, de 21 de março de 2007, 4.132, de 10 de setembro de 1962, e 6.001, de 19 de dezembro de 1973.
Ribeiro, D. (2017). O Que É Lugar De Fala? Letramento.
Santa Catarina (2018). Governo do Estado. Secretaria de Estado da Educação. Política da Secretaria de Estado da Educação de Educação Escolar Indígena.
Saviani, D. (2017). Democracia, educação e emancipação humana: desafios do atual momento brasileiro. Psicologia Escolar e Educacional, 21, 653-662.
Silva, G. J. e Costa, A. M. R. F. M. (2018). Histórias e Culturas Indígenas na Educação Básica. Autêntica.
Seki, L. Línguas Indígenas do Brasil no limiar do século XXI (2000). Impulso, 27, 233-255.
Tripp, D. (2005). Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, 31(3), 443-466.