N.º 6 (2023): Hegel sobre y desde las Américas
Monográfico

A Fenomenologia do Espírito como modelo de interpretação de subjetivação social

Adriano Bueno Kurle
Universidade Federal de Mato Grosso
Portada del número 6 de la revista Antítesis
Publicado Fevereiro 14, 2024

Palavras-chave:

Fenomenologia do Espírito, consciência de si, falha da experiência, luta por reconhecimento, subjetivação
Como Citar
Bueno Kurle, A. (2024). A Fenomenologia do Espírito como modelo de interpretação de subjetivação social. Antítesis - Revista Iberoamericana De Estudios Hegelianos, (6), 157–180. https://doi.org/10.15366/antitesis2023.2.006

Resumo

Neste artigo, defendo a consideração da Fenomenologia do Espírito como modelo para pensar processos de subjetivação na sociedade contemporânea, em especial considerando a noção de falha da experiência e as figuras da consciência de si. Para tanto, divido a exposição em três etapas: Primeiro, a partir da proposta do filósofo brasileiro Marcos Nobre, no livro Como Nasce o Novo, de tomar a Fenomenologia como modelo filosófico para a Teoria Crítica contemporânea (a partir da consideração desta enquanto obra de tipo fenomenológico e de descrição de processos de subjetivação, em contraste com obras de tipo enciclopédico, na tradição dialético-crítica), avalio criticamente seu livro e defendo que não apresenta a relação entre sua proposta para a Teoria Crítica e sua análise da Introdução da Fenomenologia. Por segundo, considero sua hipótese útil, e assim abordo a obra Luta por Reconhecimento de Honneth (tomada por Nobre como um dos modelos de obra fenomenológica), e critico a sua posição em relação à Fenomenologia do Espírito, em especial ao não reconhecer que esta obra implica uma radicalização, e não um enfraquecimento, da noção de intersubjetividade, na relação com escritos anteriores de Hegel. Proponho a noção de falha da experiência como guia para compreender conflitos sociais, em vez de luta por reconhecimento, considerando-a uma concepção mais ampla, englobando o reconhecimento. Por fim, considero a consciência de si, na Fenomenologia, como modelo para compreender figuras sociais e seus problemas, concluindo que esta ideia pode ser útil como ferramenta para interpretar a sociedade contemporânea, em especial a brasileira diante da ascensão da nova extrema-direita.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ÁZARA DE OLIVEIRA, H. «Como nasce o novo: Resenha». Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 33, 2021, n. 69, p. 1695–1701. Doi: 10.14393/REVEDFIL.v33n69a2019-50122

BORGES, Maria de Lourdes. A Atualidade de Hegel. Editora UFSC, Florianópolis, 2009.

BURBIDGE, J.W. «Aufhebung», em: BYKOVA, M.F., WESTPHAL, K.R. (eds). The Palgrave Hegel Handbook. Palgrave Handbooks in German Idealism. Palgrave Macmillan, Cham, 2020. https://doi.org/10.1007/978-3-030-26597-7_9

BUTLER, Clark. «Hegel and Freud: A Comparison». Philosophy and Phenomenological Research, Vol. 36, No. 4, Jun., 1976, pp. 506-522. https://www.jstor.org/stable/2106868

CARRÉ, Louis. «Hegel avec Freud. Psychanalyse, subjectivité et critique sociale». META: Research in Hermeneutics, Phenomenology, and Practical Philosophy, VI (1), 2014, pp. 46-66.

CAUX, L. de. «De onde vem o “novo” Três objeções a Marcos Nobre». Analytica - Revista de Filosofia, 23(1), 2021, 110-136. doi:https://doi.org/10.35920/arf.v23i1.43443

CAUX, L. P. de «Sobre jovens e velhos: Marcos Nobre entre Fenomenologia e Sistema: Resenha de "Como nasce o novo: Experiência e diagnóstico de tempo na Fenomenologia do espírito de Hegel", de Marcos Nobre (São Paulo: Todavia, 2018)». Cadernos De Filosofia Alemã: Crítica E Modernidade, 23(2), 2018, p. 121-129. https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v23i2p121-129

FICHTE, J. G.. Grundlage der gesamten Wissenschaftslehre: als Handschrift für seine Zuhörer (1794). Meiner, Hamburg, 1997.

FICHTE, J. G. Ueber den Begriff der Wissenschaftslehre oder der sogenannten Philosophie. Gabler, Jena e Leipzig, 1798.

GONÇALVES, Márcia. «O compromisso entre o velho e o novo na Fenomenologia do Espírito de Hegel. Uma discussão acerca do livro de Marcos Nobre». Analytica - Revista de Filosofia, 23(1), 2021, pp. 96-109. doi: https://doi.org/10.35920/arf.v23i1.43441

JAEGGI, Rahel. «Modes of Regression: The Case of Ressentiment». Critical Times, 5 (3), Dezembro 2022; pp. 501–537. doi: https://doi.org/10.1215/26410478-10030204

HEGEL, G. W. F. «Das System der Speculativen Philosophie: Fragmente aus Vorlesungsmanuskripten zum Philosophie der Natur und des Geistes (1803/04)», em HEGEL, G. W. F. Gesammelte Werke. Band 6: Janear System Entwürfe I. Felix Meiner Verlag, Hamburg, 1975, pp. 01-326.

HEGEL, G. W. F. «Differenz Des Fichte'schen Und Schelling'schen Systems Der Philosophie», en HEGEL, G. W. F. Gesammelte Werke. Band 4: Janear Kritische Schriften. Hamburg, Feliz Meiner Verlag, 1968, pp. 01-92.

HEGEL, G. W. F. «System Der Sittlichkeit. Reinschriftentwurf (1802/03)», em HEGEL, G. W. F. Gesammelte Werke. Band 5: Schriften und Entwürfe (1799 – 1808). Felix Meiner Verlag, Berlin, 1998, pp. 277-362.

HEGEL, G. W. F. Gesammelte Werke. Band 9, Phänomenologie des Geistes. Felix Meiner Verlag, Hamburgo, 1980.

HEGEL, G. W. F. Gesammelte Werke. Band 14: Grundlinien der Philosophie des Rechts.

HEGEL, G. W. F. Gesammelte Werke. Band 20: Enzykloädie der Philosophischen Wissenschaften Im Grundrisse (1830). Felix Meiner Verlag, Hamburg, 1992.

HEGEL, G. W. F. Gesammelte Werke. Band 21: Wissenschaft der Logik, Teil 1 (1832). Hamburg, Felix Meiner Verlag, 1985.

HEGEL, G. W. F. «Glauben und Wissen oder die Reflexionsphilosophie der Subjectivität, in der Vollständigkeit ihrer Formen, als Kantische,Jacobische, und Fichtesche Philosophie», en HEGEL, G. W. F. Gesammelte Werke. Band 4: Janear Kritische Schriften. Hamburg, Feliz Meiner Verlag, 1968, pp. 313-414.

HONNETH, Axel. Luta por Reconhecimento: A Gramática moral dos conflitos sociais. Tradução de Luiz Repa. Ed. 34, Sao Paulo, 2003.

HORKHEIMER, Max. «Traditionelle und kritische Theorie». Studies in Philosophy and Social Science, 6, 1937, pp. 245-294.

KLOTZ, Christian. «Consciência de si e identidades práticas na Fenomenologia do Espírito». Revista Eletrônica Estudos Hegelianos, Ano 2º, N.º 03, dez. 2005. http://ojs.hegelbrasil.org/index.php/reh/article/view/207/171

KLOTZ, Christian. «Kritik und Transformation der Philosophie der Subjektivität in Hegels Darstellung der Erfahrung des Selbstbewußtsein» em VIEWEG, Klaus;WELSCH, Wolfgang (Eds.). Hegels Phänomenologie des Geistes: Ein kooperativer Kommentar zu einem Schlüsswerk der Moderne, Suhrkamp, Frankfurt Am Main, 2008, pp. 171-186.

LABARRIÈRE, P. J. La Phénomenologie de l’Esprit de Hegel. Aubier-Montaigne, Paris, 1979.

LUFT, E. Para uma Crítica Interna ao Sistema de Hegel. EDIPUCRS, Porto Alegre, 1995.

MARX, K.; ENGELS, F. Marx-Engels-Werke, Band 3. Dietz Verlag, Berlin, 1978.

NOBRE, Marcos. Como nasce o novo, Todavia, São Paulo, 2018.

NOBRE, Marcos. «Reações». Analytica - Revista de Filosofia, 23(1), 2021, p. 137-153. doi:https://doi.org/10.35920/arf.v23i1.43445

PIPPIN, Robert. After the Beautiful: Hegel and the Philosophy of Pictorial Modernism. The University of Chicago Press, Chicago, 2014

PIPPIN, Robert.«On Hegel’s Claim that Self-Consciousness is “Desire Itself”», em Recognition and Social Ontology. Brill, Leiden, 2011. https://doi.org/10.1163/ej.9789004202900.i-398.23

PUNTEL, Lorenz B. «O Pensamento Pós-Metafísico de Habermas: Uma crítica» v. 40 n. 127 (2013): Síntese, p. 173-223.

SANTOS, José Henrique. O Trabalho do Negativo: ensaios sobre a Fenomenologia do Espírito. Loyola, São Paulo, 2007.